Com a institucionalização de um sistema de cotas, que divide alunos entre os que possuem a "cor certa" e os demais, inclusive com a criação de um "Comitê de Pureza Racial" para fiscalizar o processo, a UFRGS retrocedeu na história. Logo após, não demorou para começarem as perseguições.
O início deste semestre letivo já anunciava o que viria pela frente quando o Centro de Vivências (CV), no Campus do Vale, apareceu pintado com a expressão "Bem-Vindos Cotistas!", como se aqueles que ingressam por mérito na Universidade não sejam dignos da mesma recepção. E, mais recentemente, um professor do curso de Direito foi denunciado por manifestar que não daria vantagens nem privilégios aos cotistas nas suas provas. Há os que imediatamente levantaram-se para queimá-lo, acusando-no de blasfemar contra a "sagrada justiça social" e de questionar a verdade única estabelecida.
Outro exemplo dos negros tempos foi a perseguição a outro professor que realizava uma pesquisa em neurociência, sobre as causas da violência entre adolescentes infratores. Não demora muito e criarão também um "Conselho de Censura" para analisar e decidir sobre quais assuntos podem ou não ser tratados nas pesquisas acadêmicas (se é que já não foi criado). Daqui para frente, no ensino superior, só poderá ser estudado o que for julgado "politicamente correto".
Mas se os fatos, por si só, não demostram suficientemente o absurdo, talvez a criatividade deste que vos escreve possa sugerir idéias coerentes com o que a nossa Universidade está vivenciando. Quem sabe a separação entre alunos masculinos e femininos em salas de aula diferentes? Ou a adoção do uso de uniformes? E que tal a construção de uma grande fogueira para queimar os que não se enquadrarem no perfil socialista da instituição?
Até onde podemos chegar?
Estamos com muito medo. Que D'us nos proteja!
Anderson Gonçalves
Coordenador do Movimento Contra as Cotas na UFRGS
Representante Discente no Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE)
Estudante de Ciências Contábeis
* Texto baseado nas seguintes matérias, veiculadas no jornal Zero Hora deste domingo (dia 22/06/2008):
- Marcados pela intolerância
- O pesquisador diante da acusação de eugenia